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Rito Ambrosiano. O machado do Cardeal Biffi cai sobre o novo lecionário.

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Desde o início deste ano, a congregação vaticana para o Culto Divino tem um assunto candente para resolver. Com o risco de contradizer a si mesma.
O assunto se refere ao novo lecionário para a missa do rito Ambrosiano, isto é, do rito que se segue na arquidiocese de Milão e em algumas localidades das dioceses limítrofes de Bergamo, Novara, Lodi e Lugano, esta última na Suíça italiana, para um total de quase 5 milhões de batizados.
Quem lançou o assunto à congregação vaticana foi um Cardeal muito competente na matéria, Giacomo Biffi (na foto), milanês, teólogo, estudioso eminente de Santo Ambrósio e do rito que leva seu nome, foi co-autor, nos anos 60, da primeira edição do lecionário ambrosiano, atualizado segundo as indicações do Concílio Vaticano II.
Àquela primeira e apreciada edição, que entrou em vigor em Milão, em 1976, seguiu uma segunda em 2008, elaborada pela “congregação do rito ambrosiano” local e que foi apresentada com grande pompa como “definitiva” pelo Cardeal Dionigi Tettamanzi, atual arcebispo e, portanto, “cabeça do rito”.
Como é obrigação, antes de entrar em vigor, esta segunda edição do lecionário ambrosiano teve de passar pelo exemplo da congregação vaticana para o Culto Divino, que a aprovou em bloco com insólita rapidez.
O prefeito da Congregação vaticana era o Cardeal Francis Arinze, hoje aposentado, e secretário, o arcebispo Albert Malcom Ranjith Patabendige Don, hoje a cargo da diocese de Colombo, no Sri Lanka.
Mas quando o Cardeal Biffi – que vive em Bolonha, onde foi arcebispo de 1984 a 2003 – viu o novo lecionário que entrou em vigor em sua cidade natal, Milão, se surpreendeu.
E imediatamente escreveu sobre ele este juízo lapidário, com uma sobrecarga de pungente ironia, que incluiu na última reimpressão de sua autobiografia:
“Se encontra de tudo: arcaísmos vãos e que às vezes levam ao desvio; ousadas iniciativas rituais; perspectivas teológicas pouco fundadas e equívocas; propostas pastorais sem bom senso e até alguma curiosa amenidade lingüística”.
“É uma iniciativa complexa, sem dúvida audaz e ambiciosa: mais audaz que sábia, mais ambiciosa que iluminada”.
“Permanecerá viva por muito tempo na memória desconsertada de nossa Igreja”.
Mas Biffi não parou por aí. No último mês de dezembro, ao tomar papel e caneta, resumiu em oito capítulos suas “observações críticas ao novo lecionário ambrosiano” e transmitiu tudo à congregação vaticana para o Culto Divino. Que neste ínterim havia mudado de direção, tendo como novo prefeito o Cardeal Antonio Cañizares Llovera, e como novo secretário o arcebispo Augustine Di Noia.

Gileno Diniz

Fiel Amigo de Jesus

Devemos sempre e incondicionalmente amar a Jesus, o Cristo e servir a sua Igreja!.

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