Adoração e Veneração
Sacramentos e Liturgia
Igreja Católica Ortodoxa
Todo
ato, pensamento, sentimento ou evento na vida do cristão católico
ortodoxo é místico e sacramental. Sete destes atos são particularmente
expressivos deste modo de vida imerso no mistério da Graça de Deus. Na
Igreja Católica Ortodoxa são chamados de Mistérios: o Batismo, o Selo do
Espírito Santo ou Crisma e Eucaristia,que são chamados de Sacramentos
de Iniciação, são ministrados todos juntos na primeira vez devido à
intima relação que os une, e os demais quatro, que são a Confissão,
requerimento necessário para a Santa Comunhão, a Ordenação, o Casamento e
a Unção com Óleo. Através destes mistérios recebemos graça e benção do
alto.
A adoração e oração na Igreja Católica Ortodoxa são litúrgicas. A celebração da Santa Eucaristia é chamada de Divina Liturgia.
Igreja Católica Romana
A
visão romana dos sacramentos e liturgia é fundamentalmente a mesma,
sendo que ela chama os Mistérios de Sacramentos. A celebração da Santa
Eucaristia é chamada de Santa Missa. Sempre houveram práticas litúrgicas
diferentes, mas em anos recentes Roma tem introduzido aceleradamente
mudanças e novas práticas litúrgicas.
Os
Sacramentos de Iniciação são ministrados em épocas diferentes e em
ordem diferente: Batismo, Primeira Comunhão e Crisma. Isto se dá porque
enquanto o Crisma é entendido na Igreja Católica Ortodoxa como Selo do
Espírito Santo, na Igreja Católica Romana ele visto como sinal da
confirmação racional da fé recebida no Batismo ainda bebê quando não
podia entender nada.
A Eucaristia
Igreja Católica Ortodoxa
Durante
a Divina Liturgia, sob as formas místicas do pão e do vinho. o fiel
realmente participa do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, para
a remissão dos pecados e para a vida eterna. A maneira exata da
Presença Real de Cristo na Eucaristia é tida como um mistério.
Durante
a Santa Comunhão, tanto o pão quanto o vinho consagrados são dados aos
fiéis. O pão utilizado costuma utilizar apenas os ingredientes básicos
de água, farinha e fermento, possuindo algumas receitas típicas.
Igreja Católica Romana
A
Igreja Romana busca desvelar o mistério através de uma descrição de
como o pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo,
explicando-o como a Transubstanciação, na qual, apesar de preservarem a
forma de pão e vinho, em substância, seriam Corpo e Sangue de Cristo.
Tradicionalmente, durante a Comunhão, os fiéis recebem apenas a Hóstia consagrada, que não é fermentada.
A Virgem Maria
Igreja Católica Ortodoxa
Maria
é venerada como a Sempre-Virgem Mãe de Deus. Ela recebe o título de
Theotokos que significa "parturiente de Deus", porque Aquele que nasceu
dela é o Deus Eterno. A natureza humana de Maria é, em todos os
aspectos, igual ao dos homens e mulheres. Os crentes pedem orações e
interceções de Maria como uma que está perto de Cristo de uma maneira
única. Dias de festa celebrados em honra de Maria incluem: a Concepção,
Natividade, Apresentação, Dormição e Anunciação.
Segundo
a tradição católica ortodoxa São José era já idoso e viúvo quando, por
piedade, aceitou noivar com a jovem menina Maria, tendo agido como
mentor e protetor dela e de Seu Santo Filho. A figura de uma "Sagrada
Família" é representada por Joaquim e Ana e sua filha Maria, como vemos
nos ícones da Concepção, Natividade e Apresentação de Maria. Guarda,
portanto, tanto o valor da família, quanto o da vida inteiramente
entregue a Deus nas figuras de Maria, de certa forma a primeira "monja"
cristã.
Igreja Católica Romana
A
Igreja Católica Romana compartilha com a Igreja Católica Ortodoxa um
profundo amor e veneração por Maria. Entretanto, existe uma diferença
importante na ênfase e crença dessa veneração. Na crença romana, a
Virgem Maria recebeu desde que foi concebida uma graça única que a
isolou da mancha do pecado original (chamado dogma da Imaculada
Conceição). Existe também a crença de que *todas* as graças fluem de
Deus através de Maria que seria Co-Mediadora da Salvação com Cristo.
Buscando
resgatar a família tão abalada em tempos modernos, a Igreja Romana
mudou a imagem tradicional de José como um senhor, para a de um jovem
pouco mais velho que a própria Nossa Senhora.
Santos
Igreja Católica Apostólica
É
adequado reverenciarmos e invocarmos os santos que coroados em glória
por Cristo; suas orações e intercessões perante Deus tem valor para nos
ajudar em nossa salvação. É agradável aos olhos de Deus que honremos as
relíquias dos santos, especialmente as glorificadas pela incorrupção,
como memoriais da virtude.É adequado orarmos pelos que já partiram, pelo
descanso de suas almas e para sua salvação. Quando a Igreja Católica
Ortodoxa reconhece um santo para veneração universal, diz-se que o santo
foi glorificado. O processo de reconhecimento do santo, ou
glorificação, é menos burocrático que o romano.
A
santificação é um processo também chamado de teósis ou deificação no
qual o fiel vai se despindo do homem velho e Cristo faz nascer nele o
homem novo, através da união das Energias Incriadas de Deus com as
energias do ser humano. A santificação é a sinergia ou participação do
ser humano nas energias de Deus (2 Pedro 4), as quais o coração puro
pode ver, sem que jamais contemple ou se una a essência de Deus.
Geralmente se reconhecem três "fases" nesse processo de participação nas
energias divinas: Purificação (preparatória e na qual a maioria de nós
está), Iluminação (o estado da maioria dos santos) e Deificação (o
estado supremo de sinergia com as energias de Deus, como quando São
Paulo chega a dizer, "Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em
mim"). A alma que atingiu a plenitude desta graça incriada e por isso
mesmo foi chamada de "kecharitomene" que significa "Aquela em quem a
Graça se plenificou" ou "Cheia de Graça" foi a Virgem Maria.
Igreja Católica Romana
A
crença sobre os santos em si é a mesma. Porém, os santos católico
ortodoxos reconhecidos depois da separação não são reconhecidos pela
Igreja Romana e igualmente, a Igreja Católica Ortodoxa não reconhece os
santos romanos depois da separação. Isto não impede que cada uma
reconheça a piedade, fé, caráter e graça destes santos na outra igreja.
Quando a Igreja Católica Romana reconhece um santo para veneração
universal, diz-se que o santo foi canonizado. O processo de canonização é
mais burocrático, exigindo provas científicas de milagres.
Recentemente, o Vaticano tem buscado desburocratizar o processo.
Na
Igreja Romana, a salvação é uma restauração real do ser humano ao seu
estado original passando por uma fase preparatória chamada de
Justificação na qual os pecados e a alma são curados de seu estado
decaído. Entretanto não há exatamente o mesmo conceito de energias
incriadas de Deus ou de participação direta em Deus através delas. O
santo é uma nova criação que pode contemplar a graça criada de Deus e
após a morte contemplar a própria essência de Deus, mas nunca participa
nEle de forma alguma.
Também
existem certas devoções romanas aos Corações de Maria e Cristo, à
Hóstia Consagrada (Corpus Christi) que não existem na Igreja Católica
Ortodoxa e são questionadas por vários de seus teólogos e pais
espirituais.
Ícones
Igreja Católica Ortodoxa
Imagens
de Cristo da Sempre-Virgem Mãe, e de outros santos são dignas de serem
honradas, mas nunca devem ser idolatradas. Sua contemplação deve nos
inspirar a fé e a vontade de agir com a mesma coragem e calor no amor de
Deus que as pessoas ali relembradas.
Nem
todo tipo de imagem é um ícone, assim como nem toda poesia é um soneto.
Existem determinados padrões estéticos, simbologias que devem ser
respeitados. O ícone sempre segue o mesmo padrão descritivo das Santas
Escrituras, mostrando as coisas e pessoas desde o ponto de vista de
Deus. Sempre são estilizados naquela forma tradicional e nunca são
realistas ou expressam a individualidade do artista, pois o que deve ser
expresso é sempre Jesus Cristo. O verdadeiro ícone é sempre feito por
um ortodoxo, seguindo as normas tradicionais, em oração durante todo o
processo. Idealmente deve ser levado para ser abençoado por um padre ou
bispo ortodoxos. Alguns ícones são feitos com mosaicos ou em alto
relevo.
Existem
algumas imagens que por vezes encontramos em igrejas ortodoxas e que
não são ícones. Podem ser pinturas belas e realmente inspiradoras, mas
ainda assim não seria apropriado chamá-las de ícones. Existem também
algumas imagens que representam uma teologia não-ortodoxa, como por
exemplo as que retratam Deus Pai como um idoso, Deus Filho sentado à Sua
direita e a pomba que é o Espírito Santo entre os dois. Deus Pai não
pode ser representado em imagens nunca, porque Ele nunca apareceu
visivelmente para ninguém. A imagem visível que temos é apenas Jesus
Cristo e algumas aparições do Espírito Santo como pomba e como línguas
de fogo no Pentecostes. Embora entendamos o que a imagem quer dizer, ela
não é um ícone, pois não retrata teologia ortodoxa bíblica de que o Pai
jamais foi visto.
Igreja Católica Romana
Embora
ícones sejam aceitos e usados pela Igreja Romana, ela utiliza todo tipo
de imagem, com qualquer padrão artístico desde que respeitoso e
reverencial com o tema. É muito comum também o uso de estátuas, que na
Igreja Ortodoxa são bem raras e, quando feitas, utilizam os ícones
tradicionais como referência. No geral, são mais comuns estilos
realistas ou românticos na Igreja Romana do que na Ortodoxa.
FONTE; Vidaortodoxa.blogspot.com.br
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