A estrutura da santa missa é construída sobre dois grandes pilares: a
liturgia da palavra, precedida dos ritos inciais, e a
liturgia eucarística, seguida dos ritos finais.
O rito eucarístico que detalhamos a seguir é latino na sua forma
ordinária, que é aquele que nos toca. Há, no mundo inteiro, vários
outros ritos eucarísticos reconhecidos pela santa Igreja, que se
mantiveram por sua antiguidade e fidelidade à doutrina católica: o rito
ambrosiano, celebrado em Milão, o moçárabe, em partes da Espanha, o
melquita, o maronita, o braguense, a sagrada liturgia de São João
Crisóstomo, etc.
A terminologia e as explicações foram obtidas preferencialmente da Instrução Geral sobre o Missal Romano, que pode ser lido
aqui, no site. Os ícones com o gestual aqui utilizados foram encontrados na página
Pastoralis.
RITOS INICIAIS
A finalidade dos ritos inciais, precedem a liturgia da palavra e têm
o caráter de exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer
com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e
se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia.
Entrada |
|
A celebração começa com o canto de entrada, cuja finalidade é
inserir os fieis no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e
acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. Não havendo canto
de entrada, a antífona proposta no missal é recitada. Chegando ao
presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com
uma inclinação profunda. Em seguida, o sacerdote e o diácono beijam o
altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz e o altar. |
Saudação |
|
Executado o canto da entrada, o sacerdote junto com toda a
assembleia, faz o sinal da cruz; a seguir, pela saudação, expressa à
comunidade reunida a presença do Senhor. |
Ato penitencial |
|
Realizado por toda a assembleia, por meio de uma confissão geral, e
concluído pela absolvição do sacerdote (que não alcança pecados graves).
Aos domingos, particularmente, no tempo pascal, pode-se optar pela
bênção e aspersão da água em recordação do batismo. |
Kyrie |
|
Se não foi incluido no ato penitencial, o 'Senhor, tende piedade'
(Kyrie eleison) é rezado/cantado por todos, para implorar a misericórdia
de Deus. |
Glória |
|
O texto deste hino (remonta ao século II) não pode ser substituído
por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o
grupo de cantores, é cantado por toda a assembleia. Se não for cantado,
deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre
si. O Glória é próprio aos domingos (exceto no Advento e na Quaresma) e
nas solenidades e festas. |
Oração da coleta |
|
Ao convite do sacerdote ('Oremos'), este diz a oração que se costuma
chamar 'coleta', pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme
antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida à Trindade
Santa. |
LITURGIA DA PALAVRA
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a
meditação. Integram-na também breves momentos de silêncio, pelos quais,
sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus.
Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo,
antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a
segunda leitura, como também após o término da homilia.
Leituras bíblicas |
|
As leituras conservam a unidade dos dois Testamentos e da história
da salvação. Não é permitido trocá-las por outros textos não bíblicos.
Por tradição, o ofício de proferi-las é ministerial: deve ser feito pelo
leitor. Na ausência deste, pode ser feito pelo sacerdote. Após cada
leitura, quem a leu profere a aclamação, respondida pelos demais. |
Salmo responsorial |
|
O salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente
será tomado do lecionário. De preferência, será cantado, ao menos no que
se refere ao refrão. Se não puder ser cantado, seja recitado do modo
mais apto para favorecer a meditação da palavra de Deus. |
Aclamação ao Evangelho |
|
Após a leitura que antecede o Evangelho, canta-se o Aleluia,
conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou
ação por si mesma, por meio do qual os fieis acolhem o Senhor que lhes
vai falar no Evangelho. Na Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o
versículo antes do Evangelho proposto no lecionário. |
Leitura do Evangelho |
|
É o ponto alto da liturgia da palavra. A própria liturgia ensina que
se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do
que as outras, de honra especial. O Evangelho é lido pelo sacerdote. |
Homilia |
|
É proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou por ele delegada a
um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca,
porém, a um leigo. Em casos especiais e por motivo razoável a homilia
também pode ser feita pelo Bispo ou presbítero que participa da
celebração sem que possa concelebrar. É obrigatória aos domingos e
festas de preceito, não podendo ser omitida, salvo por motivo grave.
Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio. |
Credo |
|
Ao rezar o Credo, os fieis respondem à palavra de Deus anunciada da
Sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a
regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e
professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração
na Eucaristia. Deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo
aos domingos e solenidades. |
Oração universal |
|
Cabe ao sacerdote dirigir a oração. Ele a introduz com breve
exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui. As
intenções são pelas necessidades da Igreja, pelos poderes públicos, pela
salvação de todo o mundo, pelos que sofrem e pela comunidade local.
Outras podem ser agregadas de acoso com a ocasião (matrimônio, exéquias
etc.). As intenções são proferidas do ambão pelo diácono, pelo cantor,
pelo leitor ou por um fiel leigo. |
LITURGIA EUCARÍSTICA
É a parte central da missa. Traz presente a última ceia, quando
Cristo instituiu o sacramento eucarístico. A Igreja dispôs toda a
celebração eucarística de modo a corresponder às palavras e gestos de
Cristo: na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com
água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos; na oração
eucarística, rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as
oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo; pala fração do pão e pela
comunhão os fieis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor
de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os apóstolos, das
mãos do próprio Cristo.
Preparação das ofertas |
|
O sacerdote prepara o altar colocando nele o corporal, o
purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na
credência. A seguir, trazem-se as oferendas, que podem ser levadas pelos
fieis, até o sacerdote. O canto do ofertório acompanha a procissão das
oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados
sobre o altar. O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo
sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas; o sacerdote pode
incensar as oferendas colocadas sobre o altar e, em seguida, a cruz e o
próprio altar. Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar,
como rito de purificação. |
Oração sobre as ofertas |
|
Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as
acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração
eucarística com o convite aos fieis a rezarem com o sacerdote, e com a
oração sobre as oferendas. O povo, unindo-se à oração, a faz sua pela
aclamação 'amém'. |
Oração eucarística |
|
O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e
ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo,
no Espírito Santo. A oração eucarística exige que todos a ouçam
respeitosamente e em silêncio. |
|
|
Ação de graças - o sacerdote, em nome de todo o povo santo,
glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por
um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo. |
|
|
Santo - aclamação pela qual toda a assembleia, unindo-se aos anjos, louva a Deus. |
|
|
Epiclese - a Igreja implora por meio de invocações especiais a
força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo ser humano
sejam consagrados e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles
que vão recebê-la em comunhão. |
|
|
Consagração - pelas palavras e ações de Cristo, se realiza o
sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e
Sangue sob as espécies de pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como
comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério. |
|
|
Anamnese - a Igreja faz a memória do próprio Cristo,
relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa
ressurreição e a ascensão aos céus. |
|
|
Oblação - a Igreja, em particular a assembléia atualmente
reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a
hóstia imaculada. |
|
|
Intercessões - pelas quais se exprime que a Eucaristia é
celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre,
que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e
defuntos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação
obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo. |
|
|
Doxologia final - rezada somente pelo sacerdote, é confirmada pela assembleia, com um solene 'amém'. |
Pai Nosso |
|
O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o
sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo
encerra com a doxologia. |
Rito da paz |
|
Oração dita somente pelo sacerdote, por meio da qual a Igreja
implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana. A
saudação entre os fieis há de ser sóbria e apenas aos que lhe estão mais
próximos. |
Fração do pão |
|
O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo
diácono ou um concelebrante. O sacerdote coloca uma parte da hóstia no
cálice, para significar a unidade do Corpo e do Sangue do Senhor.
Entoa-se, então, o Cordeiro de Deus, respondido pelos fieis. |
Comunhão |
|
sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber
frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo,
rezando em silêncio. A seguir, o sacerdote mostra aos fiéis o pão
eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao banquete de
Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as
palavras prescritas do Evangelho. Enquanto o sacerdote recebe o
sacramento, entoa-se o canto da comunhão que se estenderá à comunhão dos
fieis. Para encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a
oração depois da comunhão, em que implora os frutos do mistério
celebrado. |
RITOS FINAIS
Nos ritos de encerramento temos breves comunicações, se forem
necessárias; saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e
ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra
fórmula mais solene; despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote,
para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a
Deus; o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a
inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros
ministros
oradamissa.com
0 comentários:
Postar um comentário